segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Noite de Fim de Ano...


Ela chegou a casa ao fim de mais um dia de trabalho.
Bateu a porta atrás de si.
Acendeu as luzes e atirou a pasta para cima do sofá, descalçou os sapatos de salto alto que combinavam com o seu tailleur clássico e dirigiu-se à cozinha.
Abriu o frigorífico, encheu um copo de leite que bebeu de um trago.
Foi até ao quarto, atirou-se para cima da cama, fixou os olhos no tecto e tentou descontrair.

Mais um dia passara.
Mais umas decisões tomara, mais uns objectivos cumprira, mais algumas estratégias definira, para que nenhum cliente pudesse inventar defeitos.

Tinha fama de ser uma excelente profissional, todos admiravam a sua competência, vivendo rodeada de telefonemas, solicitações, almoços e jantares de trabalho, reuniões urgentes. Os seus pareceres técnicos eram pagos a peso de ouro, a sua agenda preenchida até ao último minuto, mas… voltava sempre para casa só… e… só ficava, até no dia seguinte o despertador tocar e mergulhar de novo na vida.

Nunca pensava muito nisso, mas hoje era uma noite especial, hoje era a noite em que ninguém queria ficar só, hoje era a noite em que ninguém ia sair com ela, por mais números de telefone que marcasse percorrendo a sua agenda de A a Z.

Hoje ia ficar só, tristemente só.
Sentiu uma lágrima a percorrer-lhe o rosto e para não sentir as outras que teimavam em saltar, levantou-se bruscamente e foi até à sala.
Olhou o pinheiro enfeitado e acendeu-lhe as luzes dando-lhe uma nova vida.
Sorriu, afinal hoje era noite de Fim de Ano, merecia um pouco de cor, brilho e alegria apesar de não ter ninguém com quem a partilhar.

Será que não teria mesmo?
Subitamente foi até ao outro canto da sala, ligou o computador e aquela maravilhosa ADSL que lhe trazia o mundo e lhe permitia o sonho.

Sentou-se à frente do écran colorido e bastaram-lhe alguns segundos para digitar username, password e entrar no universo virtual.
Ansiosamente conectou um server de IRC e entrou num qualquer canal, em busca de alguém que a pudesse conter, nessa solidão imensa que sentia.

Olhou para todos os nicks presentes no canal, respirou fundo e com a certeza de ser ouvida pelo menos por um deles teclou, sem hesitar:

“Olá! Eu sou a Sweet e esta noite não quero ficar só”.

Imediatamente uma janela se abriu no seu monitor e ela sentiu o seu coração bater mais forte, ao ler a mensagem:

“Olá! Eu sou o Frog e esta noite também não quero ficar só”.

Ela sorriu e suspirou aliviada, pelo menos este ano teria alguém com quem partilhar a última noite do ano e brindar a chegada de 2008.

Ao Fim...


Hoje comprei um livro, última compra do ano, é bom que seja um livro :-)
O Amor é...
do Júlio Machado Vaz, claro!
Meu "companheiro" de horas vagas, de aprendizagens, que sempre despoleta em mim questionamentos pessoais e profissionais muito úteis ao longo de vários anos.
Com ele também, aprendi a gostar de poesia. Foi ele, sem dúvida quem me apresentou como ninguém um dos meus poetas favoritos Eugénio de Andrade.
Transcrevo aqui a abertura desde seu novo livro, com um escrito lindíssimo com o qual HOJE, me identifico totalmente.
"Ao Fim
Ao fim são muito poucas as palavras
que nos doem a sério e muito poucas
as que conseguem alegrar a alma.
São também muito poucas as pessoas
que tocam o nosso coração e menos
ainda as que o tocam muito tempo.
E ao fim são pouquíssimas as coisas
que em nossa vida a sério nos importam:
poder amar alguém, sermos amados
e não morrer depois dos nossos filhos."
Amalia Bautista
In O Amor É.... Júlio Machado Vaz com Ana Mesquita e António Macedo. 2007. Texto Editores, Lda. pp 11

domingo, 30 de dezembro de 2007

O que realmente interessa...


Saúde;
Saúde;
A minha família nuclear;
Os Amigos que HOJE caminham ao meu lado, vivendo comigo o aqui e agora;
Saúde;
Os momentos de partilha;
As viagens;
O meu trabalho, do qual ainda consigo retirar prazer;
A mesa do canto, no “Café Aroeira”, onde, de vez em quando, saboreio a minha bica e onde tudo pode acontecer;
E... a Saúde.

Selva Urbana...


“Selva Urbana” o programa que acabo de ver na SIC. O drama das crianças guineenses que vêm a Portugal ser operadas para poderem sobreviver, são curadas, devolvidas ao seu país e entregues à sua sorte. Um trabalho de equipa extraordinário dos nossos hospitais, mas muitas vezes inglório, porque as condições existentes na Guiné não favorecem a qualidade de vida destas crianças e os cuidados de que necessitam.
É na Guiné e Portugal faz o melhor que pode e sabe. Gostei da reportagem, estamos de parabéns.
Ao meu lado, na rua dos meus pais existe um sem abrigo que por lá “vive” há 4 anos.
Hoje a minha mãe presenciou outro sem abrigo, que lhe roubou as carcaças que tinha num saco e os cobertores imundos.
É em Portugal e Portugal não está a fazer o melhor que sabe e que pode.
Ficámos impressionadas e que fizemos? Nada, além de repor carcaças e cobertores que daqui a uma semana estarão imundos.
Fico feliz por podermos ajudar outras pessoas, crianças de outros países.
Fico triste porque este sem abrigo “vive” há 4 anos na rua e no virar de mais um ano ficou sem as suas carcaças e sem os seus cobertores imundos.
2007 desiludiu-me em muitas frentes. Fico feliz que acabe e espero que a médio prazo eu possa perceber o propósito de algumas mágoas, descrenças e más notícias, à semelhança de 2002.
“Mas não chove todos os dias”!

Um bom momento...


quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Mas não estaremos todos VERDES?

Em tempo de balanços, veio-me à ideia uma frase que recorrentemente, num dos meus grupos de amigos, repetimos, ainda hoje, em tom de brincadeira, ironia, quando a nostalgia nos bate à porta:
"Mas não estaremos todos VERDES?" (lembras-te M?).
No tempo em que éramos todos mais novos e tínhamos realmente a vida mais "fácil" e "sobravam" muitas horas para passarmos juntos bons bocados, alguns de nós gostavam de escrever e partilhar histórias, entre outras actividades.
Há uns 14 anos, num momento em que andava embrenhada em manuais freudianos e não só, escrevi, para me libertar do cansaço e do stress, a história do homem que tinha um problema com a cabeça e com a cor verde. Imediatamente, saiu o mote que serviu de base para a frase que nos acompanha desde então e ainda nos faz soltar uma boa gargalhada.
Acho que nem eu, nem mais ninguém a leu, desde esses tempos. No meio dos meus papelinhos hoje encontrei-a e não resisto em deixá-la aqui para a posteridade, porque esta é uma historia com história.
Esta é a verdadeira "private joke", alguns vão entender, outros vão achar disparatada a história e este meu post.
Corro o risco!

A história...


O seu problema era a cabeça e essa enorme vontade de vaguear, no tempo, no espaço, no mundo, no seu sofá, ao som de uma qualquer canção de esperança.
Envolto num turbilhão de ideias, projectos, trabalhos, canseiras, pessoas, cheiros, sons, não saía da sua sala, temendo o vazio do mundo lá fora.
Não saía, nem precisava de o fazer, nunca estava sozinho, o pensamento era o seu melhor amigo e não o queria partilhar com ninguém … nem com ela.
Só descobre os mistérios da mente, quem não tem medo de a enfrentar e ele, não o tinha.
Eram dias e noites a viver aventuras na sua sala verde. E comia e bebia e sonhava e pensava e dormia, sem nunca sair do mesmo lugar. Por vezes olhava da janela, o mundo lá fora e pensava: “que tontos são... não têm nada!”.
E ele, que tinha?
Tinha-a ao anoitecer, sentada na sua sala verde, ao seu lado, a ver telenovela e, acima de tudo, tinha a sua cabeça, onde percorria o mundo…. Onde vivia.
O seu problema era a cabeça. E para quem é que o problema não é, a cabeça?
Ele, ao menos, sabia-o.
E é dele que falamos, das suas aventuras, desventuras, dos seus segredos e ilusões, enfim... Da sua cabeça, o seu maior problema.
A SEGUNDA-FEIRA era o seu melhor dia da semana, era o dia da esperança.
Tudo podia acontecer. O tempo podia mudar. Ela podia não voltar, podia ficar mais bela, menos chata, mais meiga, talvez como há 30 anos atrás. “Afinal, porque é que um homem casa?” Perguntava muitas vezes a si próprio.
Bom, mas a segunda-feira não era o dia de pensar na vida, pelo menos na sua vida presente. Era o dia dos planos, das grandes viagens. Acima de tudo, era o dia em que ficava só.
Lembrava-se dos seus tempos de criança, e da sua preocupação em saber qual o rumo que seguiria quando “fosse grande”. Tinha pensado em ser polícia ou bombeiro, talvez por causa das fardas, ou quem sabe, pela admiração que a Clara tinha por elas.
A Clara! Cada vez que pensava nela ainda sentia um aperto, uma saudade dos tempos em que ainda era menino e a olhava com respeito e, mais tarde, quando o seu corpo lhe pregava partidas, ao vê-la passar, com figura de mulher e perfume de pecado.
Tinham-lhe dito há pouco tempo que a Clara estava gorda, feia e velha. “Mas não é como estamos, todos?”.
Agora, “grande”, com a farda bafienta no armário, já não tinha profissão, por isso às segundas-feiras, continuava a viajar na sua sala, para outros mundos, lugares belos, distantes, infinitos, irreais, verdes.
Além da cabeça, o seu problema era também a cor verde.
Verde, cor da esperança, do bosque, das esmeraldas, quem sabe por ser a cor dos olhos da Clara e das garrafas que tinha aberto para a esquecer e que ainda hoje abria, sabe-se lá porquê!
À noite quando a casa mergulhava no silêncio, fechava os olhos, sentia-se livre e voava. Voava nesse seu mundo louco, voava para muito longe, esquecendo-se que estava no seu sofá, na sua sala verde e encerrado na sua própria vida.
Toda a sua existência tinha sido passada a conhecer o mundo real, lugares, pessoas, costumes. Tinha passado tempo demais entre malas, salas de embarque, rotas traçadas, aviões e em lugares misteriosos, civilizados, selvagens e paradisíacos.
Conhecia o planeta inteiro, mas nada o atraía tanto, como o seu mundo interior, tão belo, tão distante, tão diferente. Agora que o descobrira, queria ficar preso nele, desvendá-lo, conquistá-lo, nem que para isso tivesse que abrir mais garrafas.

Afinal o problema era mesmo a sua cabeça... mais do que a cor VERDE.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


Não tenhas medo, ouve:
É um poema.
Um misto de oração e feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente.
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar
Ou nas restantes horas de tristeza
Na segura certeza
De que mal não te faz
E pode acontecer que te dê
PAZ...

(Miguel Torga, Diário XII)

Feliz Natal e um óptimo 2008...

E estamos em época natalícia.
Em contagem decrescente para o virar de mais um ano.

Uns vivem estes dias cheios de alegria, outros profundamente tristes.

Resta a certeza que ninguém fica indiferente a esta urgente necessidade de demonstrar e receber afecto nesta época do ano quer seja através das prendas, dos telefonemas e com a modernidade dos tempos, através de e-mails, cartões electrónicos e mensagens de telemóvel.

E os outros meses do ano?

Quanto a mim...
É a saudade e a nostalgia que impera nesta época, porque não somos todos iguais.

Deixo aqui um poema lindíssimo de Miguel Torga, porque é nosso e este é o centenário do seu nascimento.

Fiquem felizes.

Evidências...

Para escrever, basta uma folha e uma caneta.
Para começar, basta estar sem fazer nada?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Lisboa...

Porque gostaria muito de saber desenhar.
Porque desenhar infelizmente não é genético.
Porque me apetece sempre voltar para Lisboa.
Porque Lisboa é muito bonita e especial.
Porque Lisboa tem encantos e recantos mágicos.
Porque esta é a "minha" Lisboa.
Porque hoje Lisboa amanheceu linda.
E porque... SIM!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

"A amizade é um amor que nunca morre"


Mário Quintana

Natal... Natal!


Porque este é um "pedacinho" de um Tempo.
Porque me traz memórias boas.
Porque marcou uma época de outras vivências.
Porque os olhos brilhavam.
Porque estamos numa época em que as emoções se sentem mais.
Porque se sentem mais saudades dos que hoje não podemos "ter".
Porque neve, lareira, conversas e amigos combinam.

Porque me apeteceu!

Diários de Viagens...


Diários de Viagens...


domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Diários de Viagens...

Se as pessoas são o melhor e o pior do mundo, viajar é certamente o melhor do mundo.
Viajar com as pessoas que gostamos é o êxtase total.
De algumas viagens, guardo diários, registos vivos de momentos, sentimentos, cores e paisagens olhadas com alma e sempre em boa companhia.
Porque as pessoas e os lugares tornam-nos mais ricos.
Estes meus diários são os meus verdadeiros "Apontamentos Sentidos".
Apeteceu-me partilhar alguns.
Todos eles são escritos in loco, com o que me sai no momento, sem grande preocupação na escrita, apenas com o intuito de guardar de alguma forma, momentos únicos que fui vivendo e que me tornaram mais completa interiormente.
Por vezes de algumas páginas ganham vida algumas histórias.
Habituei-me a viajar com folhas de papel, tesoura e cola, ingredientes básicos dos testemunhos por vezes meio "adolescentes" que deixo aqui registados.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A Bíblia: Toda a Palavra de Deus...








Mais uma vez a Companhia Teatral do Chiado está de parabéns.

Depois de ter visto "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos", e achado hilariante, aventurei-me (é o termo correcto) a sentar-me numa das cadeiras do Teatro-Estúdio Mário Viegas.
A fórmula não varia muito, mas continua a funcionar.
Não sou de riso fácil em espectáculos, mas mais uma vez fiquei rendida aos textos e à encenação que não nos deixa respirar um só momento.
Vale a pena aventurarem-se. Não se vão arrepender.
Aqui fica o Blog oficial:
http://abibliasintetizada.blogspot.com/

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007


eterno

é o sol
e apenas
por enquanto

José Diniz
In O Homem.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

"...Nos meus sentidos a imagem desta hora..."*


Hoje, curiosamente, apetecia-me reflectir sobre os jornais/notícias, numa vertente nada simpática: a do excesso de informação que retira muitas vezes a nossa espontaneidade nas conversas e nos temas que abordamos com as pessoas com quem vamos convivendo e partilhando o dia-a-dia. Trocamos mais informação do que partilhamos vivências e olhamos para os outros. Ficará para outras luas.

Inesperadamente sou surpreendida por 2 notícias num mesmo dia que me fazem reflectir no país em que nos estamos a tornar. Que me deixam desconfortável, que me podiam ter tocado à porta, que me impelem a escrevinhar estas considerações.
O melhor do nosso pior. A morte. A morte, por assassinato violento, por encomenda.
Um corpo de um homem cravejado de balas ao sair de sua casa, no Norte. Um corpo de um homem morto à facada encontrado num carro, abandonado numa praia nos arredores de Lisboa. Um segurança da noite e um director dos CTT. Hoje, porque infelizmente não foram os primeiros.
Também aqui já se pode matar por encomenda.
“Alípio Ribeiro disse apenas: "Vai parar. Tenho a certeza disso"” In Público.
E se ele se enganar nas suas certezas?

Neste nosso cantinho à beira mar plantado a Globalização bate à porta, não tão levemente assim, para nos mostrar as maravilhas de pertencermos a esta Aldeia Global. Só que infelizmente não há bela sem senão e uma das nossas características mais marcantes, “brandos costumes”, tem os dias contados.
Curiosamente hoje um dos títulos do Público era “Mortalidade infantil atinge valor mais baixo de sempre em Portugal”. Este é também o país onde, hoje, nos Olivais roubaram as meias doadas que seriam destinadas aos sem abrigo.
Estamos de parabéns?
Ou... Nem tanto assim?
* In "Hora" de Sophia de Mello-Breyner

Tempo... desejado...

Inverno!!
Dias frios, ventosos, cinzentos, molhados...
E lá dentro, uma sala, uma lareira que crepita, uma mesa...
Na mesa uma sopa fumegante e reconfortante...
Duas velas marcam presença e,
Convidam a uma noite com trocas de histórias vivias ou sentidas...
Olhos que se colam,
mãos que se espreitam,
pulsão que pulsa,
corações que se atrapalham,
lábios que se olham...
Conversas que se cruzam, que se completam, mas que nunca se esgotam e nunca se afastam...
Vozes que não sabem gritar,
Que se aninham como se uma fossem...

domingo, 9 de dezembro de 2007

Do meu pai...

Teus olhos cinza, azulados,

Em teu rosto miudinho,

Rendem todos num olhar.

E com esse teu jeitinho

Sabes muito bem levar

A água ao teu moínho

27-3-1994

Poema a uma certa senhora...

I
Há poemas e poemas,
Poetas e poetastros...
Ninguém quero enganar
em três tempos vou deixar
a Poesia de rastos

II
Mas não quero, mesmo assim,
deixar a data escapar
não sou poeta? É pena
pois gostava, num poema,
este dia festejar

III
Fazer vinte, ou trinta anos
não é nada de espantar,
mas é só para alguns apenas
fazer mais umas dezenas
e aos noventa chegar

IV
Dizia João de Deus
numa linda poesia,
fazer anos, mas que tolo,
é de gente sem miolo,
é burrice, é teimosia

V
Não é verdade afinal,
nem estava certo o João
pois não é qualquer pessoa,
nem é de maneira à toa
que se chega a noventão

VI
Esta vida é um caminho
bem difícil de trilhar
fazê-lo sem tropeções,
apesar dos encontrões,
é caso para festejar

VII
Certo é que preço tem
uma tão linda idade:
são as pernas, são as costas,
mas é assim que se mostra
toda a força de vontade

VIII
Devagar, devagarinho,
se Deus quiser há-de ser...
É o lema da Ofèlinha!
Toca a sua campainha
e tudo à mão lhe vai ter

IX
Passa o tempo a fazer planos,
danadinha para jogar:
Totoloto, Casa Cheia,
até o Buda chateia
p'ra sorte fazer virar

X
E já tem as contas feitas
para quando o prémio chegar
é para este, é para aquele,
ninguém vai ficar sem "ele"
toda a gente vai ganhar

XI
Se isto é um julgamento,
a sentença eu vou ler:
Já que está habituada,
é desde já condenada
a continuar a viver

XII
Aos jurados, um apelo,
certo que vão apoiar:
Estarmos todos reunidos,
alegres e divertidos,
quando aos cem anos chegar

(Do meu pai para a minha avó, no dia dos seus 90 anos)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Para pensar... em tempo de Cimeira...















Mala 32 euros
Alimentos para uma semana 4 euros

BOSS AC... uma surpresa... boa...


Os rótulos são ineficazes...
Impedem-nos de conhecer, verdadeiramente, os outros.
Limitam o nosso olhar sobre o mundo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Escrever...


“Escrever ajuda a ultrapassar a solidão.
Escrever ajuda a encontrar a Paz.”


Miguel Sousa Tavares


Gostei de ouvir a entrevista do MST no "Pessoal e Transmissível".

Nunca imaginaria que estas frases pudessem ser dele e também as achei muito bonitas.
Construimos imagens das pessoas, muitas vezes impregnadas com o nosso quadro de referências, talvez por isso, elas ainda nos surpreendam, felizmente e também pela positiva. Nunca me passaria pela cabeça que o MST escrevesse também para ultrapassar a solidão.

Fiquei com vontade de ler o "Rio das Flores", gostei muito do "Equador" (que estava no top de vendas em Salvador da Bahia) e gostei ainda mais do "Sul" que acciona ainda em mim a vontade de viajar pelo prazer de me deixar levar pelas cores e sabores dos lugares.


















Escrever...
Também eu gosto de escrevinhar e fazer colagens durante as minhas viagens, para "guardar" o que vivo.

Escrever...
Hoje, apetecia-me saber escrever.