sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Tenho tanto sentimento...

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.


Fernando Pessoa - Cancioneiro- 18/09/193

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"Tenho medo que a liberdade se torne um vício"...*

Acabei o “Rio das Flores”.

Levarei na bagagem da minha próxima viagem ao Brasil, Diogo Ascêncio Cortes Ribera Flores, e ficará por lá, ao lado de Francesca e Robert, não na “Fazenda Águas Claras”, mas no “Sítio da Casa Amarela”, um lugar ainda mais especial e que seria sem dúvida do seu agrado. O Éden onde eu guardo os meus livros.

Voltarei ao “meu” Montálban...
* In Rio das Flores

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Comunicar...

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.
(...)
António Gedeão - A minha aldeia

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Catacuzes, Carrasquinhas e porque não Espargos...


Ainda há surpresas!
Vinha hoje a caminho de casa, quando alguém, no rádio do carro, falava com entusiasmo das delícias de um belo “Feijão com catacuzes e carrasquinhas acompanhado com carapaus fritos”, um “Cozido de grão com carrasquinhas”, uma maravilhosa “Sopa de catacuzes com bacalhau e ovos” e umas “Migas de espargos”.
Senti-me completamente à nora na conversa uma vez que de tão apetitosa e promissora ementa desconhecia completamente de que Reino seriam os “catacuzes” e as “carrasquinhas”.

Apenas salva pelos ESPARGOS, lembrei-me então de um episódio curioso, passado há uns anos atrás.
Um belo dia, comentava com uma colega de trabalho que tinha ficado incrédula com a pergunta de um jovem adulto (25 anos) quando confrontado à mesa com um prato de espargos, olhando para o aspecto dos ditos cujos, perguntou se era peixe.

Perante a nossa expressão incrédula, uma colega que também ouvia a conversa, resolveu intervir e perguntou, a medo, se seria o espargo um vegetal, perante o nosso olhar escandalizado apressou-se a afirmar que tinha a certeza que era um vegetal. O pior foi quando lhe pedimos para descrever o aspecto do “animal”.
Resolvi então fazer uma pequena investigação caseira sobre o assunto.

Pesquei, ou seja, deveria dizer caçei, um outro colega que por azar passava no corredor e perguntei-lhe o que era um espargo (para fazer o favor de me explicar).
Depois de pensar e vacilar um pouco, disse, felizmente, ser claramente do Reino Vegetal.
Ao meu pedido para esclarecer o aspecto, disse-me convicto "estás a ver o espinafre? é parecido..." Ainda incrédula perguntei: "ahhhhh do tipo do agrião?" ao que ele me respondeu sem dúvida alguma e com um aceno da cabeça: "sim, um vegetal parecido com o agrião".
Não achei isto nada normal.
E se os médicos mandam comer espargos?
A minha investigação caseira, acabou de imediato, com uma amostragem de dois sujeitos, não fosse encontrar quem me afirmasse, sem dúvida, um ESPARGO pertencer ao Reino Mineral.
Que raio! Mas como é que alguém, não sabe o que é um espargo?

“Pela boca morre o peixe”, hoje fui confrontada com a minha ignorância gastronómica, pelos vistos tipicamente portuguesa. Apenas tenho a certeza de que catacuzes e carrasquinhas não pertencem ao Reino Mineral.

Moral da história:
“Em boca fechada não entra mosquito” e “o saber não ocupa lugar”.


Para saber mais:
http://infoagro.cothn.pt/portal/index.php?id=3217
http://correio-mor.blogspot.com/2007/02/catacuzescarrasquinhosespargos-e-azedas.html

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Um ciclo que não acaba... NUNCA...

Tenho andado num pico de actividade profissional, que me tem deixado distraída dos telejornais. De manhã durante os 15Km que me separam de casa ao meu local de trabalho, deixo-me actualizar qb, pela TSF.

Tenho dado pelo mau tempo claro!
Mas, com os meus bens salvaguardados, ouvindo a chuva e a trovoada lá fora, no aconchego do meu lar.

Hoje tropecei nas imagens da SIC.
Gente com muito pouco que ainda ficou com menos, marcada pelo desespero de ver as suas “casas” inundadas com 2 metros de altura. Com o nada reduzido a coisa nenhuma.
Fiquei mexida, porque neste país cada vez está mais difícil quebrar o ciclo de pobreza. Confronto-me diariamente com essa realidade escondida que apenas “vem a lume” quando demasiados reparam.
Como se quebra o ciclo?
Educação/Formação.
Chegará?

domingo, 10 de fevereiro de 2008

À Joaninha...










Ontem foi dia de mimar.

Tivemos tudo a que se tem direito, nestes dias: folia, almoço preferido, passeios com sol e à beira mar, conversas mil, gomas coloridas (os pais que não leiam), muitas fotos para a posteridade, compras, risos, muitos desejos realizados, muito carinho e cumplicidades trocadas.

E há lá coisa melhor que sentir, ao fim de um dia fantástico, uns bracinhos, num abraço apertado acompanhado de um sorriso franco e de umas palavras milagrosas.

“Adoro-te Madrinha”.
(...)
Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
(...)
Fernando Pessoa, In Liberdade

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Amar...

" Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou."

Miguel Sousa Tavares, In Rio da Flores, pp 583

E não é que MST continua a surpreender-me!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Augusto Tomás...




De 13 a 17 de Fevereiro começa o "Madrid Art"

Um salão de Arte Moderna e Contemporanea de referência.

Portugal vai estar presente.

E eu, também gostaria de me perder por lá.

Tenho 4 bilhetes, já não falta tudo!

Augusto Tomás, uma estreia ao lado de Júlio Pomar, Francisco Simões, Júlio Resende, Rogério Ribeiro e muitos mais.

Gostaria de ser mosca!

Aqui fica o site para aguçar apetites:

http://www.art-madrid.com/

Arte...

"A Arte lava a alma do pó da vida de todos os dias"
Pablo Picasso