quinta-feira, 3 de abril de 2008

Crónica de um passeio...


Depois de uma semana pautada por trabalhos e canseiras, um passeio anunciado promete repor energias.
Depois de uma alvorada em que consegui não me atrasar (às ordens meu Comandante) rumamos ao Alentejo profundo.

O destino, a Herdade do Monte Novo e Figueirinha (www.montenovoefigueirinha.pt/), local onde se produz bom vinho e bom azeite, dito por quem sabe.
De um lado as vinhas,
do outro o olival,
distribuídos por 300 hectares a perder de vista.
O tempo ajudou o guia que explicou a produção de vinho e de azeite ao pormenor. Os registos fotográficos ficam para a posteridade.
Foi muito interessante verificar o cuidado, a ciência e a paixão do enólogo responsável pela produção de tão precioso néctar. Nada é deixado ao acaso, o solo, a escolha das castas, a apanha, a vinificação nestes lagares mecanizados onde, segundo percebi, as uvas são pisadas como no passado, mas sem pés, logo em perfeitas condições higiénicas (ASAE daqui não levas nada).

Depois é o estágio, antes de ser engarrafado,

nos tonéis de carvalho que vêm directamente das florestas de Allier e são de primeira qualidade.

Finalmente a prova, acompanhada pela verdadeira gastronomia alentejana e pela excelente companhia.

Ao anoitecer, dentro de portas, regam-se as conversas, troca-se vida, soltam-se gargalhadas genuínas ao sabor de relatos únicos.
Aprende-se, sente-se, guardam-se momentos...

Amanheço, reconfortada, tranquila, com a sensação de que nunca mais haverá neblinas.

Acordar no “Monte Saraz” (http://www.montesaraz.com/) ajuda.

Lugar de recantos e encantos...

...onde o sonho pode acontecer...

...onde apetece escrever, pintar, partilhar, sem parar, aquilo que nos vai pela alma.

Um espaço que convida ao descanço, fora e...

... dentro de portas.
Há tempo para uma visita a Monsaraz, uma das vilas mais antigas que parece ter ficado parada no tempo. Ao longe, a água da Barragem do Alqueva.
A sua bonita entrada, convida a palmilhar as ruas estreitas, onde parece que ainda se ouvem os cavaleiros dos Templários que a conquistaram aos Mouros.
(desenho "emprestado" pelo Desenhador do Quotidiano http://diario-grafico.blogspot.com/ )

As lojas de artesanato com os seus produtos regionais.
(desenho "emprestado" do Desenhador do Quotidiano http://diario-grafico.blogspot.com/ )
Na praça central, a feira de velharias, no último Domingo de cada mês, fazem as nossas delícias...
...entusiasmados encontramos bocadinhos de vida, do tempo das nossas avós.
http://monsarazemfotos.blogspot.com/
A Monsaraz prometemos voltar!

"O Chico", recomendado por quem sabe, acolhe-nos nas últimas conversas, onde a sopa de cardos e a sopa de beldroegas foram rainhas, regadas pelo precioso néctar alentejano e aconchegadas pela sericaia. Sem palavras!
De volta à minha Lisboa retenho imagens, sons, perfumes e conversas que me “acrescentaram”. Dentro de mim, brindo à Amizade.
Baterias recarregadas, amanhã mergulho de novo na vida.
"Não vejo, sem pensar."
(Fernando Pessoa, O Livro do Desassossego)

1 comentário:

Anónimo disse...

Hummm... que belo passeio!
bem regado, bem comido e decerto bem dormido também...

Isso é que vale a pena - o aconchego da amizade.

"Os meus olhos são uns olhos"... que vêem flores e cores, "do mais formoso matiz", quando "outros com outros olhos" estão também ao nosso lado e no nosso coração.