domingo, 18 de dezembro de 2011

A complexidade do amor..

"Só um amor não correspondido é verdadeiramente romântico!"
In "Vicky, Cristina Barcelona" WA

O cansaço da semana, o frio que faz lá fora, a visita da minha amiga J, fez-me recolher, esta noite, na minha sala que ficou recheada de conversas sobre a vida, sobre amores e desamores, casamentos e divórcios, sobre o que esperar do novo ano que se aproxima, sobre a essência das relações.
E foram tantas as palavras para definir os vários tipos de amor, que não resisti e juntas assistimos a este filme do WA que sempre suscita novos motes para muitas considerações.
"Só um amor não correspondido é verdadeiramente romântico" porque é isento de rotinas, vivências, partilhas, cedências, obrigações familiares e onde os sonhos, as fantasias, a liberdade de sentir, o brilho do olho no olho e de desejar nunca dão lugar a pensamentos mais pragmáticos que têm o condão de quebrar magias.
Será?

De repente fiquei com saudades das tertúlias da minha sala, de outros tempos, dos tabuleiros de bacalhau e de lasanha da D. Ana que saiam do meu congelador quando as conversas eram mais animadas e prolongadas e até dos tempos do Café Aroeira.

1 comentário:

Paralelo Longe disse...

Olá T,
Julgo que no amor não correspondido se criam esteótipos ideais que não correspondem minimamente à pessoa(ou ao ser) visado mas sim a uma projecção daquilo que idealizamos e que de certa forma vem preencher um vazio. Não se trata muitas vezes de A ou B mas sim de um ser imaterial, absolutamente idealizado por nós, que é parte de nós, e que pela necessidades ou de "companhia" ou de "ocupação" da mente com o "belo" e os sentimentos que consideramos mais verdadeiros, (aqueles que gostariamos que de alguma forma ganhassem projecção na nossa realidade)acabamos por criar fantasias que não se compadessem com o mundo palpável. Todos desejamos relações felizes. Não é essa a verdadeira essência do ser humano? Quando, por qualquer razão não é possível concretizar um ideal, resta sonhar e idealizar, ao modo Jane Austen, o nosso imaterial. O melhor proveito é acarinhar essa fantasia e transformar o "belo" em arte poética ou naqueles textos construídos a partir das raízes da alma, que são sempre os mais sinceros, imaculados e sem réstia de amargura porque os sabemos suportados pelo nosso imaginário. O tema é interessante e tem muito para conversar. É sempre bom passar por aqui. Um beijo, Cristina