quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Por não estarem distraídos...

Hoje acordei com esta frase na minha cabeça:
"Por não estarem distraídos, eles deixaram de se amar".

Esta frase remete para um escrito muito bonito de Clarice Lispector que reli recentemente e deixo aqui em baixo.

A leitura fez-me divagar sobre a importância de também andarmos distraídos, de aproveitar os momentos, sentir o vento, os aromas, de não teorizar demais a vida, de deixar acontecer.

Fez-me pensar sobre a forma como vivemos os nossos relacionamentos, como cobramos atenção, impomos regras, estabelecemos rotinas só porque sim, mesmo que inconscientemente e mesmo que não façam sentido.
Ao fim de um tempo deixamos de ser espontâneos, não deixamos fluir os sentimentos, as emoções, forçamos presença, as conversas livres e prazerosas vão escasseando.
Deixamos de usufruir o prazer de estar distraídos juntos, de caminhar de forma errante, de nos deixarmos surpreender e entusiasmar pelos pequenos nadas.

A concentração em demasia impede-nos de viver plenamente, diria eu.
Façamos um esforço para ficar distraídos mais vezes.

E hoje, é isto!

segunda-feira, 27 de março de 2023

Oficialmente Sexagenária...

 

A vida vai ficando diferente à minha volta.

Tenho pensado e sentido muito nos últimos meses com a aproximação deste dia.

Hoje veio à minha mente um Beija-flor, o meu pássaro favorito, um dos mais pequenos do mundo.

O Beija-flor é o único pássaro que voa nas quatro direções e que consegue ficar parado no ar. É de uma beleza e delicadeza únicas.

A primeira vez que vi um, foi no jardim da Casa Amarela, fiquei fascinada e rendida à sua beleza observando-o, em silêncio, enquanto se alimentava.

O Beija-flor passa sabedoria, leveza, alegria, beleza, resiliência, liberdade, harmonia e vive o dia a dia, em grande equilíbrio com a natureza.

Que a minha nova década me traga a sabedoria de viver como o Beija-flor, procurando incessantemente, dia após dia, a doçura da vida 🕊

sábado, 3 de setembro de 2022

3 anos...

 "...

Tu és a estrela que guia o meu coração

Tu és a estrela que iluminou o meu chão

És o sinal de que eu conduzo o destino

Tu és a estrela e eu sou o peregrino

..."

Carminho

A Escola...

Desde os meus 6 anos de idade que não saio da escola.

Entrei para aprender a ler, a escrever e a contar e até hoje cá estou.

Profissionalmente nunca trabalhei noutro lugar. Sempre trabalhei em educação, mesmo quando estudava psicologia, era escriturária dactilógrafa na secretaria de uma escola, fiz voluntariado em escolas...

A Escola é como uma segunda casa para mim, é um meio familiar que me continua a fascinar.
Gosto: do ambiente; da missão que tenho enquanto psicóloga; das crianças e jovens com quem trabalho; da variedade das minhas atividades ao longo de um ano escolar; das centenas de pessoas que vou conhecendo e com quem fui aprendendo ao longo da vida.

Mais uma vez, nestes dias, retomo o meu trabalho subindo as mesmas escadas há quase 26 anos, com vontade e com a sorte de ter um trabalho que adoro (uns dias mais do que outros).

Que este ano seja repleto de desafios motivantes e vivido com tranquilidade e OTIMISMO.
Bom trabalho para todos.
❤


terça-feira, 31 de maio de 2022

Resiliência precisa-se...


Sinto que a nuvem cinzenta por cima da minha cabeça se começa a dissipar. 

Hoje é dia de recomeço, fica para trás um mês de gesso e enfrento o dia com um pé mais sexy e de esperança renovada rumo à recuperação total.

Próximo objetivo: conduzir.🍀

Não tenho palavras que agradeçam e transmitam o que sinto pelas "minhas" pessoas.
A companhia, os cuidados, as videochamadas, as mensagens e a ajuda preciosa no dia a dia. 

Apareceram cá por casa os mimos mais inesperados desde os pratos de "chef", queijo trufado, vinho, delícias vindas diretamente da Grécia........, até morangos, saladas, sumos, tremoços....., com a preocupação da ingestão de calorias a mais.

Sem falar nas revistas, nas sopas de letras, nos resgates para arejar a mente, nas idas à farmácia, ao médico.......

Obrigada do fundo do meu coração ❤️
São especiais e fazem a vida valer a pena, principalmente nos dias enevoados.❤️

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Um Sonho...

Quando te vi pela primeira vez, vinhas com uma camisola cor de vinho, caminhaste seguro na minha direção e demos um abracinho de costas com costas. 

Andámos pelo bairro a passear, pelo jardim dos moinhos, percorremos vários bancos solarengos porque nesse dia estava muito frio.

Sempre "mascarados" só te vi os olhos, por isso te batizei de "alentejano de olhos meigos".

Não parámos de conversar e de andar, durante as horas que tiveram sabor a minutos.

Quando o dever te chamou despedimo-nos.

Eu disse que te queria ver o sorriso, baixaste a máscara, sorriste e deste-me um beijo na testa. Disseste que eu cheirava bem e mais tarde que o meu perfume tinha ficado nas tuas mãos, achei lindo!

Entrei em casa, sentei-me no sofá ainda meia incrédula e a questionar-me se o nosso encontro teria sido real.

Um Sonho!

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Recomeçar...

 

Hoje, 20:21 horas, começa o Outono.

E, esta semana as escolas ganharam vida!

São milhares de olhos que se tocam na ânsia de atualizar a vida e matar as saudades.
Há cheiros, movimento, gritos, vozes abafadas que felizmente contrastam com o vazio do último ano.
No meio de regras, distâncias, medos e álcool gel, simula-se a normalidade alegremente, desta vez com mais esperança que a vacinação nos trouxe.
Ainda são dias estranhos estes, em que somos obrigados a tapar os sorrisos e a ficar afastados dos outros.
Tempos em que os olhos vão ter que continuar a espelhar a alma.
Parto com o propósito de tranquilizar e com o desejo de que por trás de cada máscara imperem sempre os sorrisos. 🍀

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

24 anos...

Faz hoje 24 anos que subi a escadaria do local onde hoje trabalho.

Hoje foi um dia diferente, senti-me em festa, comigo.
Tenho a sorte de trabalhar na profissão que escolhi há mais de 25 anos por paixão, escolhi ser funcionária pública por convicção, porque sinto mesmo que temos uma missão.
Têm sido 24 anos cheios de tanta coisa..... realizações, aprendizagens, camaradagem, sonhos, alegrias, desilusões, injustiças, tristezas, amizades para a vida, crescimento interior, lágrimas, partilhas fantásticas, desafios.
E o mais maravilhoso de tudo, partilhar vida com milhares de pessoas e ficar num cantinho do coração de algumas até hoje.
Sinto-me rica.
É uma aventura constante navegar na terra das emoções.
Só posso agradecer à vida estes 24 anos 
❤🍀

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021


 

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Foto do ano de 2020

E foi assim 2020!
Passado maioritariamente no confinamento e em teletrabalho, o que é estranho numa profissão como a minha. Tantas modificações, tantas normas, tantas ferramentas informáticas para aprender.
Consegui chegar ao dia de hoje com saúde, muitos, infelizmente, ficaram pelo caminho.
2020 é um saco que quero fechar sem saudades e deitar fora, sem reciclar nada do que passou.

Nas dificuldades as pessoas reinventam-se e apesar de não dar nem receber um beijo ou um abraço desde Março, as relações fortificaram-se e estiveram sempre presentes na minha vida de diversas formas.
Um muito obrigada às "minhas pessoas". Sem vocês teria sido bem mais complicado.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

domingo, 13 de dezembro de 2020

Retomar a leitura...

Este tem sido um ano atípico.

2020 um saco que quero fechar sem saudades e deitar fora, sem reciclar nada do que passou.

Dezembro é um tempo de balanços. Nos tempos em que vivemos o lema é viver a pouco e pouco um dia de cada vez.
Apetece-me ficar encolhida no meu espaço, até chegarem melhores tempos pessoais e profissionais.

Entretanto retomei timidamente as minhas leituras, na ânsia de ir recuperando a minha vida.

Cruzei-me com Paulo Moura num dos meus podcasts favoritos "À volta dos livros",  lançou mais um livro de histórias escritas ao longo de toda a costa portuguesa de Caminha a Monte Gordo numa viagem onde levou uma mota, uma tenda e um bloco de notas. "Extremo Ocidental", promete.

Fiquei curiosa, por norma gosto de pessoas e de histórias de pessoas comuns, daquelas que se encontram em todos os lugares e não são lembradas por ninguém.

Comprei um que estava disponível no meu Kobo "Longe do mar", histórias pequenas de pessoas que se cruzaram no caminho do jornalista desta vez pelo interior do país.

Na minha pesquisa encontrei o primeiro livro de um Paulo Moura brasileiro que escreveu "Cotidiano", comprei.

Um mini livro recheado de pequenos momentos que retratam o tema do Amor, cru, tal como ele acontece no nosso quotidiano, um escritor que também escreve histórias reais, onde todos nós poderíamos ser os protagonistas.

"Não há fome que não dê em fartura", estou a ler dois livros ao mesmo tempo.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Dia do pai...

Hoje era um dia feliz e muito especial, estávamos sempre juntos.
Passaram 6 meses e as saudades apertam mais.
Tenho saudades de tudo, da voz, do olhar, do sorriso, das conversas, dos conselhos, do carinho e do abraço... o seu era o abraço mais terno do mundo.
Mas também tive a sorte de o ter comigo durante 56 anos.
Todas as nossas partilhas ficarão para sempre dentro de mim.
Tenho a certeza que a estrelinha mais brilhante e mais bonita do Universo, é a sua.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Música...

Um dia triste com uma notícia inesperada.
Sabia que as coisas não estavam bem mas acreditei sempre que era apenas uma fase má.
Tenho memórias, recordações, conversas soltas, momentos em casa dos nossos avós.
O  nosso último encontro, a dois, foi olho no olho a atualizar vida e coisas boas... tranquiliza-me.
Uma amiga de infância de vez em quando perguntava-me: Então e o teu primo que tocava saxofone à janela?
Continuará a tocar para sempre, dentro de nós.

Um poema
para o Luís Caldeira (1956-2019)
A Música amava-o
mas ele duvidava,
nem sempre se sentia amado,
por muitas palmas e enapás que se ouvissem.
E nisto éramos completamente iguais.
A diferença era que ele via uma saída,
uma outra vida, fora da Música
e eu, fora da Música, só via morte.
Dedicou-se, assim, de alma e coração à Medicina,
tornou-se um grande mestre, respeitado
pelos seus pares, estimado pelos seus pacientes;
e amou a Medicina com todas as suas forças.
Não saberei dizer se foi um amor correspondido.
A Sociedade, sim, sei bem que ama mais os médicos
do que os músicos.
Com os anos, foi tocando cada vez menos,
a flauta a ficar fechada dentro do estojo.
Um dia, a morte apareceu no horizonte
e disse-lhe que não tardava.
Diagnósticos e prognósticos já eram, para ele,
verdades demasiado transparentes,
mais transparentes do que aquelas modulações
da ópera Salomé que tanto o fascinavam.
Uns dias antes do fim, abriu o estojo da flauta
e voltou a tocar.

João Paulo Esteves da Silva

terça-feira, 11 de setembro de 2018

17 anos depois...


Lembro-me como se fosse hoje.

Era um almoço de amigas num café ao pé do trabalho. Olhávamos distraídas para a televisão no meio das conversas animadas. Num primeiro momento pensámos ser um filme, desses com efeitos especiais rodado à medida de qualquer herói da moda. Depois o ambiente do café mudou, gelou e todos olhávamos incrédulos o terror em direto, onde mais de 3000 heróis foram protagonistas.
O mundo não ficou o mesmo, acho que ficámos mudas muito tempo, pelo menos por dentro. Lembro-me que me senti insegura durante meses.


Este ano fiz questão de voltar ao "Ground Zero" onde as memórias daqueles dias se acendem. É um lugar grandioso que nunca me deixa indiferente.
Estranhamente é um lugar que nos "puxa" para dentro de nós apesar do rebuliço da cidade.

domingo, 5 de agosto de 2018

Woody...

Em 2019 será lançado o 51º filme de Woody Allen 'Um dia de chuva em Nova York', ou não!

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Dia Mundial do Livro...

Ler parece estar fora de moda.
É uma pena!
Gosto de Livros.
Gosto do cheiro dos livros.
Gosto de imaginar as histórias que leio nos livros.
Gosto de me emocionar com os livros.
E hoje celebrei este dia no lançamento do novo livro de uma escritora que me é muito querida, Ana Cristina Silva.
"Salvação"
Um livro que promete, dito por Richard Zimler: "Um romance invulgar que nos oferece uma teia de narrativas admiravelmente complexas e ricas em emoção".

Tenho saudades de ler mais e também tenho saudades de escrever.
Tenho arrastado o tempo sem fazer bem uma coisa e outra.

É urgente apontar sentimentos.

domingo, 5 de março de 2017

Ela...

De vez em quando passamos um pelo o outro. Num bairro de Lisboa, numa livraria comum ou num dos meus mercados favoritos.
O teu olhar já não se cruza com o meu.
Surges sempre imponente, apressado, atarefado, a resolver problemas pendentes, com o teu jeito peculiar de ser.
Ainda montas o teu cavalo alado.
E, desapareces nas nuvens.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Dois tomates...

De asinha empenada ando com tempo para deambular pelo meu bairro,
Afinal é um bairro com vida.
Hoje fui à mercearia comprar dois tomates. Na hora de pagar, a jovem, dos seus 20 e picos disse-me com um sorriso agradável: "São 2.90 euros." Disse-lhe que era impossível. Insistiu no preço, olhou para a máquina registadora e insistiu novamente: "Sim 2.90 euros!". Foi preciso o pai ouvir a conversa e vir em minha defesa: "Estás a fazer mal as contas são 35 cêntimos!".
Lá chegaremos... 

domingo, 15 de maio de 2016

Porque não chove todos os dias...

Entrei por acaso hoje no meu blogue e verifiquei que faz hoje 9 anos que comecei a escrevinhar por aqui.

Estou noutra fase em que me apetece fazer outras coisas, mas de vez em quando ainda gosto de visitar certas passagens de vida aqui registadas.

Não me arrependo de nada que tenha escrito, nem vivido nestes últimos anos.

Parto para mais 9 anos, talvez com menos escritos mas com a mesma vontade de viver e conversar tranquilamente com quem gosto e com quem está ao meu lado. Querido Pê a frase é tua "Não chove todos os dias" e é nela que me vou inspirando para enfrentar os desafios do dia-a-dia. E venham eles!

domingo, 8 de maio de 2016

Na cozinha com...

Tenho uma relação atípica com a cozinha.
Só gosto de cozinhar de Inverno e quando não estou sozinha.
Gosto de cozinha de autor e o novo programa de Henrique Sá Pessoa entusiasma-me a querer criar mais momentos entre amigos na minha sala, mesmo que não seja eu a cozinhar.
Gosto de saborear novos pratos, gostaria de ir ao Alma, tenho a sorte de ter vivido momentos únicos e gosto de reviver outras paragens.
Não gosto de livros de cozinha!

PS - Entretanto já fui ao Alma e gostei.

sábado, 26 de dezembro de 2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Agora...

Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir Amyr Klint

domingo, 25 de outubro de 2015

Porque não é só a hora que muda...

Às vezes entra-se em casa com o outono
preso por um fio,
dorme-se então melhor,
mesmo o silêncio acabou por se calar.


Talvez pela noite fora ouça cantar o galo,
e um rapazito suba as escadas
com um cravo
e notícias de minha mãe.



Nunca fui tão amargo, digo-lhe então,
nunca à minha sombra a luz
morreu tão jovem
e tão turva.



Parece que vai nevar.

© EUGéNIO DE ANDRADE 
Branco no Branco, 1984 

Tropecei no "Murcon" e as palavras do Eugénio fizeram-me sentido.
"Mudar" um verbo recorrente nos meus sonhos e pesadelos.

sábado, 25 de julho de 2015

Poderei estar de volta...

Quase, quase de férias é tempo de balanços.
Vontade de começar uma nova etapa.
A ver vamos!

domingo, 28 de dezembro de 2014

Declaração...


Hoje vi um programa sobre blogues na TVI.
Parece que os blogues não morreram, pelo contrário estão em franca expansão. Cada vez mais se ganha dinheiro com os blogues e há muitas pessoas que lhes dedicam 100% da sua vida profissional.

Eu arrefeci.
Não me apetece escrever... aqui.
Estou desencantada.

Talvez um dia me volte a entusiasmar... ou não.
 

domingo, 18 de maio de 2014

Mais um livro...

Depois do Murakami que me encantou vou conhecer outro escritor, Joel Dicker.
Depois dou notícias.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Um novo ano...

Saúde... Amor... Paz

domingo, 1 de dezembro de 2013

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Há sempre o risco das saudades...

Surgiste no meio dos livros, como só podias surgir, alto, imponente, seguro, varrendo as prateleiras com o teu olhar curioso e profundo que nunca me deixa indiferente.
Por segundos saboreei a tua presença e por poucos minutos atualizámos excertos de vida.
 
Relembro o dia em que surgiste neste mundo virtual, inundando-o de belas poesias escolhidas, de palavras com sentido e comentários certeiros.
Reparei em ti, fiquei curiosa e acionei  o meu sentir. Mantive-me atenta e tu percebeste.
Um dia entraste no café, levaste um livro e pediste um Gordon´s, senti-me desafiada e sentei-me na mesa ao lado. Empolgada continuei a tua história e pelo teu teclar nasceu o Café Aroeira.
 
E, nasceu também um dueto inesperado, recheado de curiosidade, emoção, sedução, fantasia e imaginação. Um jogo de palavras que despertou a vontade de continuar uma história construída a duas mãos. E fiquei empolgada e gostei de chegar a casa e sorri como há muitos meses não sorria.
 
Hoje entrei em casa, sentei-me no meu sofá branco e reli deliciada pela quadragésima terceira vez "O Café Aroeira" porque como tu dizes, "há encontros que são como se fossem sem tempo ou intemporais..."

O único senão é que há sempre o risco das saudades...

sábado, 16 de novembro de 2013

Conselhos de Pai...

AO TEMPO QUE PASSA!...

Nesta etapa da vida
o tempo acelerou,
mas não temas a idade,
nem dês largas à saudade
desse tempo que passou

Não corras atrás do tempo
que já deixaste passar
por vezes o tempo perdido
pode ainda ser vivido
se o souberes aproveitar

Vive o tempo presente
Deixa-o vir devagar
devagar, devagarinho
fizeste meio caminho,
outro tanto há-de chegar

Do meu Pai para mim

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Leituras de Verão...

Já tinha saudades de ler.
Ler sem preocupações, sem prazo, sem relatórios e obrigações pelo meio.
Não sou nada elitista nas minhas leituras, leio o que me aparece nas mãos.
E aqui está o que me apareceu nas mãos.
 
 
Há séculos que me apetecia ler Murakami, só não sabia por que livro iria começar. Arranquei com o "1Q84" por sugestão da minha amiga A e não me arrependi. A narrativa prende desde o primeiro minuto, Claro que já passei para o segundo volume e suspeito que o terceiro vem por aí. Estou curiosa por ler outros livros e o "Kafka à beira mar" já me aguarda na prateleira. Gostei bastante deste mundo fantasioso de Murakami e da sua forma de o descrever.

Também tinha que ler a trilogia de Grey pelo tanto que se escreveu sobre estes livros e pelo que ouvi dos meus amigos. Se forem à procura de uma boa história esqueçam, na minha opinião a história é fraquinha, fraquinha (para não dizer má), agora se querem ficar "acesos" ;-) os livros cumprem bem a sua função. Sem linguagem ofensiva mas explícita são uma porta aberta para outro mundo. Estão lidos e não me parece que me apeteça procurar outros da mesma autora.
O Nuno Camareiro foi lido em dois dias na praia. É um daqueles livros que não apetece acabar, onde nos revemos em cada uma das personagens. É um livro sobre o dia-a-dia que vai correndo ao sabor das horas, sobre a vida. É um livro onde não se passa nada, mas que nos deixa preenchidos por tão bem escrito que está. Não é por acaso que foi prémio da Leya. Fiquei com vontade de o reler outra vez daqui a uns tempos para o saborear ainda mais.
Têm sido umas férias muito produtivas!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mês 7...

Não quero o primeiro beijo:
basta-me
o instante antes do beijo.
Quero-me
corpo ante o abismo,
terra no rasgão do sismo.
O lábio ardendo
entre tremor e temor,
o escurecer da luz
no desaguar dos corpos:
o amor
não tem depois.
Quero o vulcão
que na terra não toca:
o beijo antes de ser boca.

Mia Couto
in "Tradutor de chuvas"

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eugénio de Andrade...

Sê paciente; espera que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto ao passar
o vento que a mereça.
 

Eugénio de Andrade.
19 de Janeiro de 1923 - 13 de Junho de 2005

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Para um amigo...

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"